segunda-feira, fevereiro 13, 2006

O Porquê da Pergunta

Transporto uma interrogação nas mãos.
A quem a posso passar?
Quem ma pode tirar?
Ou a resposta, quem ma pode dar?

E se a deixasse cair?
Alguém a ia agarrar?
E se me esquecesse dela no chão?
Ia deixar de a sentir?

Sento-me a fitar as mãos.
A interrogação não se mexe
E perco a noção do tempo... da realidade
Perco sentido de vida.

Concentrado em algo tão futil
Esqueço-me da vida e da morte
Fico a sentir o presente.
“Aquela” realidade auto-suficiente.

Como se sente a mente ao sentir o corpo?
Frustação!
Irritação... Opressão!
Reinvindicação!! Falta liberdade!

Como me sinto ao olhar as minhas mãos?
É estranho, por momentos... parecem deixar de ser minhas
E na verdade não o são.
Nada têm de meu.

E pergunto o porquê da pergunta
E faço questões face à questão
E interrogo a interrogação
E pergunto o porquê da pergunta
E regresso ás mãos com a interrogação!