quinta-feira, abril 14, 2005

Acordei num dia como noutro qualquer e comecei-me até a sentir bem...

Acordei num dia como outro qualquer
Mas desta vez tudo tinha a mesma cor
Cedo pensei como ninguém quer
Um objecto que traga a dor.

Separado tão delicadamente
Tudo perto e distante
Como no corpo e na mente,
Por uma parede errante.

Comecei-me até a sentir bem,
Imune de toda a agressão
Nunca pensei é que também
Daquela forma não tivesse protecção

Vivia admirando as silhuetas difusas,
Nunca conseguindo ver tal ser.
Através de visões confusas
Porque me tinha isto de acontecer?

O muro, teve primeiro um aviso,
Distraído sofri uma falha na minha protecção
E, sob a forma de um riso,
Vi uma mão em minha direcção

Desabituado com tal estranha beleza
Foi difícil resistir aquele toque
E logo soube que de certeza,
Não ia querer outro choque.

Porque sou já um acidentado de mim mesmo
Não precisando de que ninguém,
A não ser que queira mesmo,
Vir para esta cova também